quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Erros de casting, sim senhor!

Falando como (pretenso) agente de espectáculos, se a minha opinião tivesse sido solicitada, evidentemente não recomendaria à talentosíssima Magdalena Kozená a interpretação do papel titular de La Cenerentola!!! Não, não e não, três vezes!



Há uns anos, no Met, a não menos talentosa Von Otter caiu na mesma esparrela e... deu-se mal, por razões similares às de Kozená!

A mezzo checa é uma cantora eminentemente de registo lírico, faltando-lhe agilidade e carácter buffo para incarnar a masoquista Angelina, da citada ópera de Rossini.

«Neither Kožená's voice nor, on this evidence, her personality are suited to the optimistic spunkiness of Cenerentola.»

«Not so Magdalena Kozena, making her much-anticipated debut as Angelina. Technically, she was flawless, and she rightly brought down the house with the dizzying pyrotechnics of her final aria. But while her wide eyes and gangly gait conveyed a certain vulnerability, she lacked personality. The voice is beautiful, but somewhat anonymous, and I missed the warmth that her joyous final number should convey. Not even her fairy godfather, Alidoro (the excellent Lorenzo Regazzo), could change that.»

E mais não digo (salvo em troca de cobres ;-) )!!!

4 comentários:

Paulo disse...

João, elas deviam pedir conselhos a quem sabe, antes de se porem a fazer habilidades. Kozená e Rossini não liga, está bom de ver.

Il Dissoluto Punito disse...

Paulo,

;-)

Anónimo disse...

É como a Anne Murray que gravou a Cenerentola e que eu tenho, sem ter o potencial vocal necessário, pois cenicamente é muito boa. Pessoalmente também não gosto da bela von Stade, pelas mesmíssimas razões. Berganza e Bartoli, as ideais. A Angelina não é para bricadeiras, embora as manas más abusassem dela :}

Anónimo disse...

A Kozena tem a agilidade e a técnica para cantar Rossini mas timbricamente não tem nada a ver. É necessária uma voz quente, pastosa e com identidade. Erros todos comentem!

J. Ildefonso.